Economia


Módulo Inicial (10ºano)
2. Actividades de diagnóstico e de integração dos alunos
à Valores absolutos: são dados numéricos que medem uma grandeza em determinada unidade. Por exemplo: 19 milhões de pessoas.

àPopulação activa: população activa (apresentada em valores absolutos): diz respeito ao conjunto de habitantes de um determinado país que se encontra a exercer uma profissão remunerada ou que procura emprego. É constituída pelos empregados, desempregados e pessoas que se encontram a prestar serviço militar.

àPopulação inactiva: donas de casa, estudantes e reformados.

àMovimentos migratórios – emigração e imigração: os movimentos migratórios correspondem aos movimentos de população verificados em determinado território num determinado período de tempo.

àEmigração: saída de população de um país para outro com carácter de permanência.
àImigração: entrada de população, proveniente de outro país, num país com carácter de permanência.

àPopulação Total: define-se como toda a população existente em determinado país, num determinado período de tempo.

àImportação de bens e serviços (apresentada em valores absolutos): corresponde ao valor (em u.m.) de todos os bens e serviços adquiridos a outros países.
àExportação de bens e serviços (apresentada em valores absolutos): corresponde ao valor (em u.m.) de todos os bens e serviços vendidos a outros países.

àPopulação total = crescimento natural + saldo migratórioàUma descida da Taxa de Variação (mantendo-se esta sempre positiva) não significa que o valor em análise se tenha reduzido, mas sim que houve um abrandamento ou uma desaceleração do seu crescimento.
àApenas se verifica um decréscimo do valor quando a Taxa de Variação é negativa.

àMostra-nos o nº de nascimentos por cada 1000 habitantes em determinado ano.
àMostra-nos o nº de Óbidos por cada 1000 habitantes em determinado ano.
àMostra-nos o nº de Óbidos entre 0 e 1 anos de idade por cada 1000 nascimentos em determinado ano.
àCrescimento natural da população = nascimentos – Óbidos
àCorresponde ao acréscimo natural da pop. por 100 habitantes num determinado ano.
àSignifica que uma determinada pop. cresceu, em média, por cada 100habitantes num determinado ano.










                                                     Módulo I - Introdução
Unidade 1 - Actividade Económica e a Ciência Económica
1.1.         Realidade social e Ciências Sociais
à Economia: analisa a dimensão social, tendo como objecto de estudo os fenómenos económicos (produção, consumo…)
à A Economia é uma Ciência social e como todas as outras ciências sociais preocupa-se com a identificação e explicação dos fenómenos sociais.
à São exemplos de ciências sociais ligadas à economia: Psicologia, História, Direito, Antropologia, Sociologia e Política.
àOs Fenómenos sociais ou realidades sociais (que decorrem da vida em sociedade, como por ex. o desemprego, o casamento e a educação) são os objectos de estudo das ciências sociais. 
àOs Fenómenos sociais são fenómenos complexos, pelo que todas as Ciências Sociais se debruçam sobre o mesmo fenómeno, mas com “olhos” diferentes, de modo a estudá-lo por completo.
àA este método que procura integrar os contributos das várias Ciências Sociais ou disciplinas no sentido de encontrar uma explicação e um entendimento mais profundo da realidade social chamamos interdisciplinaridade.
àQualquer fenómeno da realidade social tem implicações em vários níveis ou dimensões do real social devendo, por isso, ser objecto de estudo das várias Ciências Sociais. Isto dá-se uma vez que a actividade humana é pluridimensional (é estudada pelas várias ciências).
1.2.         Fenómenos sociais e fenómenos económicos
àOs fenómenos Económicos são o objecto de estudo da Economia. Este resulta da “divisão” da dimensão social pelas diferentes Ciências Sociais.
àPara tratamento dos dados a Economia recorre à Matemática e à Estatística.
1.3.         A Economia como ciência e o seu objecto de estudo

ü  O objecto da Ciência Económica
àPara que uma disciplina possa ser considerada uma ciência, dever-se-ão verificar quatro condições:
                - ter um campo de estudo específico, isto é, ter um objecto de estudo;
                - ter uma terminologia própria, isto é, possuir um corpo de conceitos próprios;
                - utilizar o método cientifico na pesquisa;
                - ter uma teoria própria.
ü  O problema económico
àEncontramo-nos perante uma situação contraditória: de uma lado, a multiplicidade das nossas necessidade, que são ilimitadas; do outro, a escassez dos recursos capazes de as satisfazer. É aqui que reside o problema fundamental da economia
àA Racionalidade Económica consiste na gestão eficaz dos recursos de modo a obter-se o máximo benefício.
ü  O custo de oportunidade
àCusto de oportunidade: custa da alternativa que tem de ser sacrificada para se obter um bem ou benefício.

1.4.         A actividade económica e os agentes económicos

ü  Agentes económicos
àAgente económico é todo o interveniente na actividade económica, desempenhando, pelo menos, uma função com autonomia de decisões.
Agentes económicos
Principais funções
Famílias
Consumir
Empresas não financeiras
Produzir bens e serviços não financeiros
Instituições financeiras
Prestar serviços financeiros
Administração Pública
Garantir a satisfação das necessidades colectivas e redistribuir o rendimento
Resto do mundo
Trocar bens, serviços capitais

ü  A actividade Económica

àA actividade económica é o conjunto de produção, distribuição, repartição dos rendimentos e a sua utilização em consumo e na poupança.



Módulo II – Aspectos fundamentais da actividade económica
Unidade 2 – Necessidades e consumo
2.1.         Necessidades – noção e classificação
2.1.1.  Noção de necessidades
à Necessidade: é um estado de carência que urge ser ultrapassado ou satisfeito.       
àO ser humano tem múltiplas necessidades, isto é, passa por estados de carência que representam mal-estar e que ele precisa de resolver. Dar resposta às constantes solicitações e problemas que vamos encontrando é, afinal, satisfazer necessidades um dos objectivos prioritários da Economia.
2.1.2.  Características das necessidades
àAs necessidades humanas são múltiplas e variam no tempo e no espaço. Existe uma enorme diversidade de necessidades que apresentam as seguintes características:
   àMultiplicidade: diz respeito ao facto do indivíduo sentir necessidades ilimitadas (múltiplas). Segundo o psicólogo americano Maslow, as necessidades podem ser hierarquizadas em níveis diferentes, desde as fundamentais, como a alimentação, Às de nível superior, onde se inclui a realização pessoal.
   àSubstituibilidade: significa que as mesmas necessidades podem ser satisfeitas por bens alternativos (que se substituem uns aos outros).
àSociabilidade: significa que a intensidade de uma necessidade vai diminuindo à medida que a vamos satisfazendo, acabando por desaparecer.
àRelatividade: enquanto factos sociais, as necessidades variam temporal e geograficamente, isto é, são relativas ao tempo e ao espaço.

2.1.3.  Classificação das necessidades

àPodemos classificar as necessidades quanto à importância, ao custo e ao facto de vivermos em colectividade.
Importância
Primárias

São prioritárias , como por exemplo: a alimentação, a saúde.
Secundárias

São aquelas cuja não realização não ameaça de imediato a vida da população, como por exemplo: vestuário, transporte.
Terciárias

São as consideradas supérfluas ou de luxo, cuja satisfação poderá ser considerada dispensável, como por exemplo: roupa de alta-costura, jóias.
Custo
Económicas

Somos obrigados a despender moeda ou outra riqueza para a satisfazer, como por exemplo: alimentação.
Não Económicas

Não somos obrigados a despender qualquer quantia de moeda ou de outra riqueza para a satisfazer, por exemplo: respiração.



Vivermos em colectividade
Individuais

São aquelas que dizem respeito à própria pessoa
Colectivas

São aquelas que atingem toda a comunidade e resultam da vida social




2.2.         Consumo – noção e tipos de consumo
2.2.1.  Noção de consumo 
àSão necessários meios, materiais e imateriais para suprir os estados de carência que os indivíduos sentem. Esses meios, bens e serviços, são a “chave” para a satisfação do indivíduo.


2.2.2.  Consumo – acto económico e acto social
à Consumo: é o acto de utilizar um bem ou serviço com vista à satisfação de necessidades.
Consumo – acto económico
àO consumo representa um acto económico porque para satisfazermos determinadas necessidades em vez de outras e ao decidirmos consumir certos bens e serviços, estamos a efectuar escolhas com implicações em toda a economia
àActo Económico: comportamento relativo às funções estudadas pela ciência económica – produção, consumo, acumulação, repartição de rendimentos, etc.
Consumo – acto social
àActo social: ao consumirmos estamos a dar origem a consequências que podem ser benéficas ou prejudiciais para nós, mas também para a actividade colectiva mais próxima ou para o Mundo.
àAssim, se, por um lado, o consumidor deve reconhecer a sua força económica e exigir que os seus direitos sejam respeitados, por outro lado, ele tem obrigações a cumprir, tais como:
                àOptar pelos bioprodutos
                àPreferir produtos reciclados
                àRejeitar bens que utilizem recursos não renováveis
                àRejeitar bens nocivos para o ambiente
                àNão comprar produtos testados em animais
                àSeparar os lixos para reciclagem
                àColaborar na defesa das espécies
                àNão consumir bens produzidos cm base no trabalho infantil
2.2.3.  Tipos de Consumo
àConsumo Essencial: consumo de bens e serviços indispensáveis à sobrevivência do indivíduo.
àConsumo supérfluo: consumo de bens e serviços dispensáveis
àConsumo privado: consumo dos particulares.
àConsumo público: consumo do Estado ou da Administração Interna.
àConsumo Individual: consumo realizado por cada um de nós, impedindo o consumo desse bem por outros em simultâneo.
àConsumo Colectivo: conjunto de serviços gratuitos ou fornecidos a preço simbólico, de que toda a colectividade goza por acção da Administração Pública ou das Administrações Privadas.
àConsumo Final: consumo de bens e serviços pelas famílias.
àConsumo Intermédio: consumo de bens para posterior transformação pelas empresas, até se transformarem em bens de consumo final.
2.3.         Padrões de consumo – diferenças e factores explicativos
2.3.1.  Noção de padrão de consumo
àSão modelos específicos a que o consumo obedece consoante a época, a localização geográfica, a cultura dos povos, o rendimento das famílias, etc.
2.3.2.  Factores de que depende o consumo
àO consumo é um fenómeno social complexo, condicionado por múltiplos factores e, como já vimos, com influência sobre a vida humana e a do Planeta.
                     
Rendimento dos consumidores
àO consumo dá-se em função do rendimento. Isto significa que uma alteração no nível de rendimentos dos consumidores reflecte-se, em princípio, no nível do consumo.

Nível dos Preços
àO consumo liga-se directamente preço dos bens, dado que dele depende a capacidade aquisitiva dos consumidores:
                - uma subida generalizada dos preços dos bens pressupõe uma diminuição na capacidade aquisitiva das famílias, se os respectivos rendimentos se mantiverem.
                - pelo contrário, uma descida generalizada dos preços supõe um aumento da capacidade aquisitiva dos consumidores, mesmo que se mantenha o nível dos respectivos rendimentos.
àUm aumento dos preços, não acompanhado da elevação proporcional dos rendimentos, obriga os consumidores a abdicarem de consumos não essenciais, atribuindo assim, uma maior parcela do seu rendimento à satisfação das necessidades básicas.
àA diminuição generalizada dos preços dos bens equivale à possibilidade de as famílias utilizarem uma maior parte do seu rendimento na aquisição de bens não essenciais, melhorando assim o seu padrão de vida.
àQuando a subida dos preços não abrange a totalidade dos bens ou dos serviços é natural que a procura dos consumidores se desloque para aqueles bens ou serviços que apresentam preços mais baixos e satisfaçam as mesmas necessidades.
Inovação Tecnológica
àA inovação tecnológica produz efeitos:
                - Ao nível dos processos produtivos: produzir com novas tecnologias (máquinas, energias, matérias-primas) permite obter custos mais baixos, maior rapidez na produção, maiores quantidades, melhor qualidade, por exemplo, o que se traduz em bens mais acessíveis para o consumidor.
                - Ao nível da natureza dos bens: os novos bens, tecnologicamente mais sofisticados, têm outras funções, outra apresentação, maiores potencialidades. Tudo isto constitui mais-valias, e consequentemente, um aumento da apetência para o consumo.
Outros factores económicos
àO crédito bancário influencia, de alguma forma, o comportamento do consumidor.
àO crédito bancário é um adiantamento que os bancos concedem aos seus clientes mediante o pagamento de um juro, para que estes adquiram bens dos quais necessitam e para os quais não têm dinheiro disponível naquele momento.
àO crédito praticado a juros baixos, como os verificados nos finais dos anos 90, permitiu às famílias melhorar o seu nível de vida, adquirindo casas, automóveis entre muitos outros bens. Mas, sendo o consumo um acto de responsabilidade pessoal e social, é necessário exercer este comportamento de uma forma racional para evitar o endividamento excessivo.
Factores Extra-Económicos
àSão inúmeros os factores extra-económicos que influenciam o consumo. Assim acontece, por exemplo, com a moda, a publicidade, as técnicas de venda, o meio social, a tradição, a idade dos consumidores, a localização geográfica e o meio social.
àO marketing nasceu nos anos 60 da necessidade das empresas escoarem a sua produção. A criação de clientes e a sua fidelização passa a ser a finalidade da empresa, que irá desenvolver várias actividades: serviços de vendas e publicidade, estudos do mercado, definição de preços, promoções, testes de novos produtos. Estas actividades baseiam-se no conhecimento dos clientes: os seus valores, atitudes, desejos e comportamentos. Exemplos dessas actividades são: a publicidade, a cor e a forma das embalagens… ou seja, coisas que chamem a atenção dos consumidores.
àA publicidade cria no utente a necessidade de utilizar os produtos. Esta “joga” com a necessidade de se aceite pela colectividade, levando os consumidores a consumirem superfluamente.
2.3.3.  Estrutura do consumo
àÉ a forma como as despesas de consumo das famílias são repartidas pelos diferentes grupos de bens de consumo.
Lei de Engel
àDe acordo com a LEI DE ENGEL, quanto menor for o rendimento de uma família, mais elevada será a proporção do rendimento gasto em despesas de alimentação.
àCoeficiente Orçamental: representa a percentagem de uma classe de despesas de consumo em relação ao total das despesas de uma família ou de um agrupamento social.
2.4.         Evolução da estrutura do consumo em Portugal e na União Europeia
àEm termos gerais da evolução da estrutura das despesas de consumo dos portugueses demonstra um aumento do seu rendimento disponível e, consequentemente, do seu nível de bem-estar.
àA mesma conclusão se pode tirar da evolução das despesas de consumo das famílias dos países membros da EU.



2.5.         A sociedade de consumo
2.5.1.  Sociedade de consumo
àA sociedade de consumo é:
                - Uma sociedade em que a oferta excede a procura, o que implica o recurso a estratégias de marketing para escoar a produção.
                - Uma sociedade de oferta de bens normalizados, produzidos a baixos custos que resultam da produção em série, atractivos e de duração efémera pois as necessidades de produzir e escoar são permanentes.
                - Uma sociedade com padrões de consumo massificados devido ao tipo de oferta (bens padronizados) e tipo de pressões exercidas sobre o consumidor (a publicidade sugere modelos de comportamento a seguir).               
àEsta sociedade nasceu na sequência da expansão da industrialização. As empresas passam a produzir bens em série e o consumidor torna-se o destinatário passivo de uma produção estandardizada. O progresso das técnicas de produção e o desenvolvimento económico permitiram o fabrico em grandes escalas, originando assim a sociedade de consumo.
àNos finais dos anos 50, o poder de compra da população dos países industrializados era tal que o acesso ao consumo deixou de ser um factor de diferenciação social. Estávamos então na era do consumo de massas.
àO consumo de massas leva o consumidor aos produtos de “hoje”, visto que o consumo é uma forma de integração social – consome-se o que está na moda para se ser um elemento aceite na sociedade de consumo. Era a era do “usar e deitar fora”.

2.5.2.  Consumismo
àConsumismo: é o conjunto dos comportamentos e atitudes susceptíveis de conduzir a um consumo sem critério, compulsivo, irresponsável e perigoso.
àO consumismo, a que a sociedade portuguesa não é alheia, tem causado problemas económicos e sociais às famílias. O endividamento é um desses problemas.

2.6.         O consumismo e a responsabilidade social dos consumidores
àConsumerismo: atitude de cidadania que se caracteriza por um consumo racional, responsável, que tem em conta as consequências económicas, sociais, culturais e ambientais do acto de consumir.
àO consumerismo pretende:
                àCriar o equilíbrio entre consumidores, produtores e distribuidores;
                àParticipar nas decisões económicas e sociais que afectam os consumidores;
                àIntervir no sentido da preservação do meio ambiente;
àInformar e proteger o consumidor.
àA acção consumerista implica o consumidor na defesa dos seus direitos. Mas essa acção também lhe traz deveres.



2.7.         A defesa dos consumidores em Portugal e na União Europeia
àEm Portugal, as iniciativas de defesa do consumidor cabem ao Instituto Nacional de Defesa ao Consumidor – INDC, à Associação de Defesa do Consumidor – DECO e à União Geral dos Consumidores – UGC. Têm vindo a ser adoptadas medidas de defesa ao consumidor, tias como:
                àIndicação obrigatória, em lugar nítido, do limite de validade do produto em questão;
                àIndicação da composição e qualidade do produto, não sendo legal a utilização de certos termos como “são” e “saudável” na publicidade;
                àImpedimento de registos publicitários sobre alguns produtos, como álcool, na TV, antes das 22horas;
                àCampanhas anti-tabaco…
àDivulgação de listas de bens ou de elementos seus constituintes, susceptíveis de causarem danos no organismo do consumidor;
àDenúncia de situações de agressão ecológica.
àOs consumidores europeus estão representados através de organizações de defesa dos consumidores em várias instituições europeias, tais como: Comité Económico Social, Comité dos Consumidores, Comissão Europeia, Tribunal de Justiça…

Unidade 3 – A produção de bens e serviços
3.1.         Bens – noção e classificação
àBens: são os meios através dos quais os indivíduos podem satisfazer as suas necessidades.
Bens Livres e bens económicos
àBens livres: bem pelo qual não é necessário qualquer dispêndio de moeda para o utilizar.
àBens económicos: bem pelo qual é necessário o dispêndio de moeda para a sua utilização.
Bens materiais e serviços (quanto à natureza)
àBens materiais: meio físico ou material capaz de satisfazer uma necessidade.
àServiços: meio não material capaz de satisfazer uma necessidade.

Bens de consumo e bens de produção (quanto à função)
àBens de consumo: bem que se destina a ser consumido.
àBens de produção: bens utilizados nas empresas na produção de outros bens.
                àEntre os bens de produção podemos distinguir:
                               àBens de equipamento: máquinas, …
                               àMatérias-primas: água, laranjas…
                               àMatérias Subsidiárias: energia eléctrica, …
àPara as empresas as matérias-primas e as matérias subsidiárias constituem consumo intermédio, mas para os consumidores, as famílias, constituem sempre consumos finais.
Bens duradouros e bens não duradouros (quanto à duração)
àBem duradouro: bem que perdura após mais de uma utilização.
àBens não duradouros: bem com uma duração limitada (passível de uma utilização).
Bens Sucedâneos e bens complementares (quanto às relações recíprocas)
àBens sucedâneos: bens que se podem substituir entre si por terem propriedades ou características semelhantes.
àBens complementares: bens em que o consumo de um implica o consumo de outro para a finalidade com que são utilizados.

3.2.         Produção e processo produtivo. Sectores de actividade económica
àProdução: é a actividade do Homem sobre a Natureza com vista à obtenção dos bens e dos serviços necessários à satisfação das suas necessidades.
àProcesso produtivo: sequência de etapas através das quais as matérias-primas são transformadas em produtos finais.

Sectores de actividade económica
àSector primário: inclui as actividades relacionadas com a extracção de produtos do mar, do solo e do subsolo, ou seja, a pesca, a agricultura, a pecuária, a silvicultura e a indústria extractiva.
 àSector secundário: abrange as indústrias transformadoras, isto é, as actividades que transformam as matérias-primas fornecidas pelo sector primário em produtos utilizáveis. Inclui, também, a construção e produção e distribuição de gás, a silvicultura e a indústria extractiva.
                Relacionando o investimento necessário para a sua montagem e o número de postos de trabalho é usual distinguirem-se:
 àIndustrias Ligeiras: nestas predomina usualmente o factor trabalho, sendo designadas como “trabalho-intensivas” (indústrias alimentares, de vestuário, de calçado, de electrodomésticos, …)
                àIndústrias pesadas: nestas predomina o factor capital e são designadas, por isso, de indústrias “capital-intensivas” (indústria metalúrgicas, e cimento, de construção naval, de produção de energia, de metalomecânica, …)
Tendo em conta a natureza da tecnologia utilizada fala-se em:
àIndústrias tradicionais: utilizadoras de “tecnologia arcaica” (alimentar, têxtil, calçado, metalúrgica, metalomecânica, …)
àIndústrias modernas: utilizadoras da “tecnologia de ponta” (tecnologias avançadas da comunicação e informação)
àSector terciário: corresponde aos serviços. Este é um sector residual onde se incluem todas as actividades que não cabem nos outros dois sectores. (comércio, bancos, seguros, transportes, comunicação social, educação, defesa, turismo, justiça, …)
àA classificação da actividade económica permite:      
                - ter uma perspectiva da importância de cada sector de actividade na economia
                - verificar o contributo de cada sector de actividade para a realização do produto
                - analisar a evolução quantitativa e qualitativa da economia, verificando os ramos de actividade que são mais dinâmicos;
                - realizar comparações com outros países no sentido de situar a economia em análise no contexto económico internacional.



3.3.         Factores de produção - noção e classificação

àFactores de produção: os factores de produção são os elementos indispensáveis à produção dos bens e serviços. Englobam a força de trabalho, o capital e os recursos naturais.

àFactores de produção ou forças produtivas:
                àForça de trabalho: entende-se por ser a capacidade do ser humano para trabalhar, o que lhe permite, portanto, produzir os bens e serviços de que precisa para satisfazer as suas necessidades.
                àMeios de produção ou capital:
                               àObjectos de trabalho: tudo aquilo que é alvo do trabalho humano.
                                               àEntre os objectos de trabalho, podemos considerar dois tipos de matérias: matérias-primas e matérias subsidiárias.
                               àMeios de trabalho: são usados pelo ser humano na transformação dos objectos de trabalho a fim de obter produtos utilizáveis.

3.3.1.  Os recursos naturais

àRecursos Naturais: são bens que a Natureza oferece ao ser humano e que este utiliza para satisfação das suas necessidades, directamente como matérias-primas ou como matérias subsidiárias na produção de outros bens.
àExistem dois tipos de recursos naturais:
                àRecursos renováveis: quando um recurso é susceptível de ser renovado num período de tempo relativamente curto, ex: madeira
                àRecursos Não Renováveis: se a exploração de um recurso provoca inevitavelmente a sua destruição, ex: petróleo
àA Revolução Industrial e o consumo de massas dos nossos dias têm levado a um desgaste excessivo dos recursos naturais               o que pode causar a destruição de importantes fontes de energia e de matérias-primas.
àDesenvolvimento sustentável: é um modelo de desenvolvimento que não põe em causa a vida das gerações futuras.

3.3.2.  O trabalho. A situação de Portugal e na União Europeia
População activa
Taxas de actividade e de desemprego
àPopulação activa: formada pelos indivíduos que têm um emprego ou uma ocupação remunerada, os que cumprem serviço militar e os que se encontram desempregados.
àPopulação inactiva: população residente que não é activa e é constituída pelos reformados, pelos inválidos, pelos jovens, estudantes e pelas donas de casa, entre outros.
àPara conhecer a situação de uma população face à actividade produtiva é usual calcular-se a taxa de actividade.
àTodavia, porque na população activa se inclui a população desempregada, o conhecimento mais objectivo de uma população, em termos económicos, exige que se determine, também, a respectiva taxa de desemprego.
O trabalho das mulheres
Desenvolvimento tecnológico e emprego e informação, automação e terciarização
àAs mudanças tecnológicas que têm ocorrido, em especial no âmbito do processamento da informação, atingem o seu “ponto alto” na informatização dos processos produtivos, tendo-se concretizado em situações de automação da produção.
àTodos são consequências do desenvolvimento tecnológico.
àA automação consiste na utilização de tecnologia capaz de executar as tarefas num processo de produção sem a intervenção directa do homem.
àA informação é a difusão dos computadores nos serviços.
àA terciarização da economia designa a importância crescente das actividades do sector terciário no conjunto das actividades económicas.
Causas e tipos de desemprego
àDesemprego tecnológico: resulta da evolução da tecnologia. Os trabalhadores em reciclagem profissional são incapazes de se adaptar às novas tecnologias, acabando por engrossar as fileiras do desemprego.
àDesemprego repetitivo: é o desemprego resultante da não adaptação a sucessivos postos de trabalho normalmente de baixo nível de qualidade profissional.
àDesemprego de longa duração: é o desempregado que procura emprego há mais de um ano.
Formação ao longo da vida
àO mercado de trabalho, em resultado do desenvolvimento tecnológico, exige mais e melhores qualificações aos trabalhadores. Assim, estes devem actualizar os seus conhecimentos e as suas competências iniciais.
àPodemos distinguir dois tipos de qualificação:
-O individuo ocupa um emprego de acordo com a sua qualificação individual e preparação previa ao desenvolvimento de um conjunto de tarefas.
-O individuo, já no local de trabalho, recebe formação que o torna mais apto às exigências do processo produtivo desenvolvendo na empresa, qualificação profissional.
àO desenvolvimento tecnológico obriga as empresas a contratarem trabalhadores com novas qualidades e/ou com melhores qualificações individuais.
àA busca de melhores salários leva os jovens a retardar a sua entrada no mercado do trabalho e à realização de formações académicas cada vez mais longas. Os jovens procuram responder às exigências do mercado de emprego, tornando-se mais aptos no desempenho de diferentes tarefas através do prolongamento das suas funções individuais.

3.3.3.  O capital – noção e tipos de capital
Capital e Riqueza
àCapital  Riqueza: quem é proprietário possui riqueza, no entanto, essa riqueza só é capital se estiver ao serviço do processo produtivo.
Tipos de capital
àCapital financeiro: representa todos os meios financeiros de que uma unidade produtiva pode dispor e é constituído pelo capital próprio e pelo capital alheio.
àCapital próprio: conjunto dos valores constituídos pelo financiamento dos proprietários da unidade produtiva.
àCapital alheio: conjunto dos valores que constituem o financiamento de terceiros, isto é, o conjunto dos valores de que a empresa dispõe, mas que não lhe pertencem.
àCapital Técnico: todos os bens que possibilitam a produção de outros bens, divide-se em capital fixo e capital circulante:
                àCapital fixo: meios de produção que permanecem por períodos de laboração, embora se desgastem ao longo do processo produtivo; exemplo: máquinas, edifícios, meios de transporte, computadores…
                àCapital circulante: meios de produção (matérias-primas e subsidiárias) que desaparecem no processo; exemplo: matérias-primas, energia eléctrica.
àCapital natural: todos os recursos naturais de que a sociedade dispõe e que utiliza na satisfação das suas necessidades.
                àOs recursos naturais encontram-se numa situação de escassez. Aqui voltamos a deparar-nos com o “problema económico” segundo o qual: de um lado a multiplicidade das nossas necessidades e do outro, a escassez de recursos capazes de as satisfazer.
àCapital Humano: força do trabalho susceptível de, através de diversos tipos de investimento como a formação especializada e superior, poder contribuir de forma produtiva para a economia.

3.4.         A combinação dos factores de produção. Substituibilidade dos factores de produção
àA produtividade é a relação estabelecida entre a produção obtida e os factores de produção utilizados, nesse processo, num determinado período de tempo.
àAumentar a produtividade consiste em:
                àproduzir mais com a mesma quantidade de factores de produção
                àproduzir o mesmo com uma menor quantidade de factores e produção
Características dos factores de produção
àAdaptabilidade: característica que permite o ajustamento das suas quantidades à quantidade de produção pretendida, em função do tempo disponível para a realizar (ex: acontece uma avaria numa máquina, o trabalhador tem que saber adaptar essa situação)
àComplementaridade: dizem-se complementares na medida em que só a presença (e combinação) do trabalho com o capital permite realizar a produção.
àSubstituibilidade: embora não possam ser utilizados isoladamente podem, dentro de certos limites, substituírem-se uns pelos outros, dando origem a diferentes combinações produtivas.
Produtividade
àProdutividade: relação entre o que se gasta e o que se produz
àProdutividade total: relação entre o valor total da produção e o valor total de recursos utilizados para a obter.

(1)    Pode vir expressa em nº de trabalhadores ou horas de trabalho


àA determinação dos valores da produtividade é de especial importância, uma vez que nos ajudam a decidir sobre o nível óptimo de investimento.
àO investimento só é compensador se o resultado obtido for superior, a prazo, ao valor do investimento efectuado.
àProdutividade marginal do trabalho: indica o aumento da produção decorrente de um investimento unitário (mais um trabalhador, uma hora de trabalho…), em termos do factor trabalho.
àProdutividade marginal do capital: indica o aumento de produção decorrente de um investimento unitário, em termos do factor capital.
Combinação dos factores produtivos a curto prazo. Leio dos Rendimentos Decrescentes
àO facto de um dos factores produtivos ser fixo permite determinar a quantidade óptima de uma factor a utilizar, para, em cada momento, maximizar a produção. Esta relação permitiu enunciar a Lei dos Rendimentos Decrescentes.
Lei dos Rendimentos Decrescentes
àLei dos Rendimentos Decrescentes: a partir de um determinado nível de produção, mantendo fixa a quantidade de um dos factores produtivos, irão verificar-se acréscimos de produção resultantes da utilização de unidades sucessivas do outro factor produtivo (produtividade marginal) cada vez menores.
àA Lei dos Rendimentos Decrescentes afirma que a partir de uma dada combinação dos factores produtivos, como um dele é fixo, a produção vai aumentando cada vez menos – a produtividade marginal vai diminuir e os rendimentos vão decrescer.
àO estudo sobre o decréscimo da produtividade marginal dos factores de produção é de extrema importância, pois mostra-nos que a partir de uma certa altura não vale a pena utilizar-se mais uma unidade de um factor produtivo sem se utilizar mais quantidade de outro.
                àDeste modo, pode dizer-se que existe uma combinação óptima dos factores produtivos que se situará, exactamente, na altura em que os acréscimos de rendimento, obtidos por acréscimo unitários de um factor da produção variável, comecem a decrescer, tornando mais caro o custo de cada unidade de produto e pondo em risco o equilíbrio geral, pois corresponde a produção com subutilização e eventual desperdício de algum dos factores de produção.

Combinação dos factores produtivos a longo prazo
Os custos de produção
As economias e deseconomias de escala
àA Lei das Economias de Escala, para além da questão da combinação óptima dos factores produtivos, leva-nos a considerar a dimensão óptima das unidades produtivas.
àContrariamente À situação de que se parte para o estudo da Lei dos Rendimentos Decrescentes – variação de um dos elementos da produção mantendo-se invariáveis os restantes – coloca-se a hipótese de podermos fazer variar alguns ou todos os elementos produtivos simultaneamente, e, a partir das alternativas possíveis, encontrar a dimensão óptima da unidade produtiva.
àA dimensão óptima será aquela em que se atinjam os menores custos por cada unidade de produto produzida, com evidentes vantagens para a empresa e para a colectividade – menores custos significam melhor produtividade, poupança de recursos, menores preços.
Economias de escala
àEconomia de escala: é uma diminuição do custo unitário médio de um bem resultante do aumento das quantidades produzidas (a quantidade de bens produzidos a que corresponder o menor custo unitário será a dimensão óptima da produção).
àPode dizer-se que o custo de produção tem dois elementos distintos, dois tipos de custo:
                -custos fixos (matérias-primas, matérias subsidiárias)
                -custos variáveis (juros dos empréstimos contraídos, rendas, alugueres)
àOs custos fixos (Cf) representam despesas que uma unidade de produção tem de realizar, independentemente das quantidades produzidas, dentro da dimensão para que a empresa foi projectada.
àOs custos variáveis (Cv) variam com a quantidade produzida, como por exemplo, os custos das matérias-primas.
àNaturalmente, os custos totais (Ct) serão o somatório dos custos fixos com os custos variáveis.
 àAo calcularmos os custos totais médios em cada combinação de factores produtivos iremos saber se o aumento da capacidade produtiva terá vantagens económicas a nível de custos.
àVerificamos deseconomias de escala quando, após atingir a dimensão óptima, o preço unitários dos bens produzidos volta a aumentar.