Geografia



  • Norte, Setentrião, Boreal ou Ártico (N)
  • Sul, Meridional, Austral, Antártico (S)
  • Este, Leste, Oriente, Nascente ou Levante (E)
  • Oeste, Ocidente, Poente, Ocaso (O ou W)
Tema: A posição de Portugal na Europa e no Mundo

A. Constituição de Portugal:
1. Unidades Territoriais:
- Portugal Continental;
- Arquipélago dos Açores;
- Arquipélago da Madeira.
2. Divisão Administrativa:
- 18 distritos;
- 2 regiões autónomas.
3. Divisão para efeitos estatísticos:
- NUT I (Portugal Continental e Regiões Autónomas)
-NUT II (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve, em Portugal Continental)
- NUT III (28 em PC e 2 nas RA)

B. União Europeia (Pilares)
1. Mercado Comum determinou:
- Livre circulação de mercadoria;
- A fixação de uma pauta aduaneira comum em relação a países terceiros.
2. Moeda Única: Euro:
- Entrou em circulação a 1 de Janeiro de 2002, em 12 países da EU;
- O Banco Central Europeu regula a emissão da moeda.
3. Cidadania europeia permite:
- Votar para as autarquias do país onde se vive;
- Eleger deputados para o Parlamento Europeu;
- Trabalhar, investigar e/ou estudar em qualquer país da EU.
- Garantir o reconhecimento das qualificações profissionais.

C. Comunidade dos países de Língua Portuguesa (CPLP)
1. Países Lusófonos: Portugal, Brasil, Guiné-Bissau, S. Tomé e Príncipe, Moçambique, Angola, Cabo Verde e Timor-Leste


2. Objectivos Principais:
- Defesa e aprofundamento da Língua Portuguesa;
- Internacionalização da Língua Portuguesa;
- Intercâmbio de Culturas.

D. Comunidades Portuguesas no Mundo
1. Principais comunidades Portuguesas no Mundo:
- América: Brasil, Venezuela, EUA, Canadá.
- África do Sul
- Europa: França, Suíça, Alemanha, Reino Unido, Espanha, …
- Oriente: Timor-Leste e outras.

E. Valorização de Portugal no Contexto da UE
1. Cultural:
- Intercâmbio de culturas;
- Promoção da Língua e da Cultura Portuguesas;
- Comunidades de Emigrantes;
- Cursos de Língua Portuguesa;
- Leitorados;
- Digressão de escritores, artistas, atletas, …
- Rádio, Televisão e Cinema.
- Congressos, exposições e feiras.
2. Económica
- Entrada no Mercado Comum;
- Adesão à moeda única;
- Acessibilidade a novos mercados;
- Possibilidade reforçada de Portugal investir no estrangeiro e de outros países investirem em Portugal



Tema: População utilizadora de recursos e organizadora de espaços
A
1. Principais variáveis demográficas:
- Natalidade;
- Mortalidade;
-Imigração;
-Emigração.
2. Relação entre as variáveis:
- Saldo fisiológico ou crescimento natural;
- Saldo migratório;
- Crescimento Efectivo ou crescimento real.
B
1. Causas das diferenças regionais:
- Factores favoráveis e desfavoráveis à natalidade;
- Factores favoráveis e desfavoráveis à mortalidade;
- Movimentos migratórios internos: êxodo rural; rurbanização.
- Movimentos migratórios internacionais;
- Taxas de atracção e taxas de repulsão.
C
1. Estrutura Etária:
- Classes etárias;
- Pirâmides Etárias.
2. Estrutura activa:
- Taxa de actividade;
- Sectores de actividade: primário, secundário e terciário.
3. Nível de instrução:
- Taxa de alfabetização;
- Taxa de escolaridade;
- Medidas tomadas no âmbito d sistema ensino português.
4. Qualificação profissional:
- Estrutura da qualificação profissional da população activa;
- Terciarização avançada
D – Problemas sociodemográficos:
1. Envelhecimento
- Causas (progresso na higiene, medicina, quebra na natalidade);
- Consequências (índice de dependência de idosos).
2. Declínio da fecundidade:
- Factores de ordem demográfica, sociocultural, económica e política.
3. Baixo Nível educacional:
- Características da população quanto ao nível de instrução.
4. Situação perante o emprego:
- Emprego estável;
- Emprego temporário;
- Subemprego;
- Emprego a tempo parcial.
E
1. Incentivos à natalidade:
- Valorização da maternidade e da paternidade (melhores prestações sociais, maior duração das licenças de parto);
- Desenvolvimento da rede pré-escolar;
- Promoção de melhores condições habitacionais.
2. Qualificação dos recursos humanos.
F
1. Condicionantes da distribuição da população:
- Factores Naturais (clima, relevo, solos e vegetação);
- Factores Humanos (influências históricas, actividades económicas, desenvolvimento tecnológico, bacias de emprego, estruturas urbanas, áreas de maior acessibilidade).
2. Problemas da distribuição da população:
- Litoralização e bipolarização do povoamento em torno de duas grandes áreas:
·         Melhores condições para a agricultura e a pesca;
·         Boa acessibilidade;
·         Serviços mais numerosos e diversificados;
·         Maior e melhor oportunidade de emprego;
·         Maior concentração urbana e maior dinamismo económico-social e cultural.
- Despovoamento do Interior – áreas em perda:
·         Migrações internas (menor desenvolvimento e dinamismo socioeconómico);
·         Envelhecimento da população;
·         Agricultura tradicional com fraco rendimento.


 Tema: Os recursos do subsolo

A. Importância dos recursos do subsolo
1. Os principais recursos são:
- Recursos minerais metálicos: minerais que apresentam na sua constituição substâncias metálicas (ferro, cobre, estanho ou o volfrâmio)
- Recursos minerais não metálicos: minerais que na sua constituição não possuem substâncias metálicas (sal-gema; quartzo; feldspato; gesso)
- Minerais Energéticos: minerais que podem ser utilizados para a produção de energia (carvão, petróleo, urânio e o gás natural)
- Rochas Industriais – rochas utilizadas sobretudo como matéria-prima para a indústria ou para a construção civil e obras públicas (calcário, granito, argila, margas)
- Rochas ornamentais – rochas utilizadas na decoração de edifícios, peças decorativas ou mobiliário (mármore, granito, calcário).
- Águas subterrâneas – águas que se destinam ao engarrafamento ou ao aproveitamento termal.
2. Os recursos do subsolo podem contribuir para o desenvolvimento de algumas actividades económicas (agricultura, construção civil, joalharia, indústrias química, metalúrgica, siderúrgica, cerâmica, …)
3. O contributo da exportação é importante para a economia do país.

B. Distribuição dos Recursos Minerais
1. Verificam-se desigualdades espaciais no que se refere à distribuição das áreas de exploração destes recursos. Esta exploração é marcada segundo as características geomorfológicas do território. Este divide-se em três unidades:
- Maciço Antigo
·         Unidade mais antiga do Território
·         Constituído por granitos e xistos;
·         Importantes jazidas de minerais metálicos, energéticos e de rochas ornamentais.
-Orlas Sedimentares (Ocidental e Meridional)
·         Rochas sedimentares
·         Rochas industriais (areias, arenitos)
- Bacias do Tejo e do Sado
·         Unidade mais recente
·         Formada pela deposição de sedimentos de origem fluvial e marinha
·         Rochas industriais (areias e argilas)
2. Quanto às RA, temos:
- Madeira e Açores:
·         Rochas Magmáticas vulcânicas (pedra-pomes e basalto)
·         Mas sem relevância económica
3. Áreas de Exploração:
3.1. Minerais Metálicos
- Ferro:
·         As reservas têm diminuído
·         Explorado no Cercal e Alentejo;
·         A procura é maior que a oferta, recorrendo-se à importação.
- Cobre:
·         Extraído nas minas do Alentejo (Neves-Corvo);
·         Portugal é o maior país produtor de cobre;
·         Utilizado para a electricidade.
- Estanho:
·         Extraído das Minas de Neves-Corvo (Alentejo);
- Volfrâmio
·         Minas da Panasqueira;
·         Filamentos para lâmpadas incandescentes;
·         Portugal era um grande produtor, mas a China oferecia preços mais baratos e este foi substituído por outros mais baratos e assim, hoje estamos em crise.

3.2. Minerais Não Metálicos:
- Sal-gema:
·         Industria química  e agro-alimentar;
·         Minas no distrito de Leiria, Lisboa e Faro.
- Feldspato e Quartzo:
·         Indústria do Vidro e cerâmica
·         Em vários locais do país: Norte, Centro e Alentejo
- Caulino
·         Indústria da Cerâmica;
·         Em vários locais do litoral, especialmente no Norte.
3.3. Rochas Industriais e Ornamentais
- Rochas Industriais: areias comuns, calcário, argilas
·         Importantes matérias-primas para a indústria de vidro, cerâmica, construção civil e obras públicas e das cimenteiras
- Rochas Ornamentais (elevado valor unitário):
·         Mármores (explorações no Alentejo, faixa Estremoz-Vila Viçosa)
·         Granitos (explorações no Alentejo, distritos de Portalegre, Évora)
3.4. Águas Subterrâneas
- Águas minerais
·         Propriedades terapêuticas;
·         Não devem ser consumidas continuamente
-Águas de Nascente
·         Destinam-se ao consumo diário, sem restrição.
·         Unidades de Engarrafamento no Norte e Centro;
·         Muitas vezes a oferta excede a procura levando à exportação.
- Águas termais
·         Fins Terapêuticos;
·         Estâncias Termais são cada vez mais frequentadas
·         Norte e Centro

C- Distribuição espacial dos recursos energéticos
1.Portugal está muito dependente neste sector do mercado externo.
2. Recursos energéticos:
- Carvão
·         Fonte de energia primária;
·         Matéria-prima para indústrias, centrais termoeléctricas, indústrias siderúrgicas e cimenteira
·         Reservas escassas
·         Anteriormente, era uma actividade relevante, mas agora sem significado.
·         Importa-se da Colômbia, África do Sul e dos EUA.
- Petróleo
·         Utilizado nas indústrias químicas;
·         Todo o petróleo consumido é importado;
·         Tem-se feito pesquisas acerca de novas formas de energia;
·         Portos de Leixões e Sines.

- Gás Natural
·         Menos poluente, mais reservas mundiais e mais concentradas geograficamente do que as de petróleo;
·         Mais barato e menos problemática em termos de transporte.
·         Totalmente importado.
·         Produção de energia em centrais termoeléctricas, transportes, abastecimento doméstico.
·         Numa primeira fase, era importado da Argélia e transportado pelo gaseoduto Magrebe. Numa segunda fase, feito através o barco metaneiro da Nigéria que transporta o gás liquefeito, que é regaseificado no Porto de Sines, onde é descarregado no gaseoduto nacional.
- Urânio
·           Mineral radioactivo e pesado;
·           Usado na produção de energia nuclear, que pode ser transformada em electricidade;
·           Portugal possui importantes reservas mas tem de exportar porque não possui qualquer central nuclear.
·           Unicamente da mina da Urgeiriça, distrito de Viseu.
- Energia Geotérmica
·         Utiliza calor libertado pelo interior da Terra;
·         Aproveitamento feito nos Açores, na ilha de S. Miguel, para a produção de energia eléctrica.
·         O território continental possui grandes potencialidades o que tem sido alvo de muitos projectos.

D – Problemas na Exploração dos Recursos do Subsolo
1. Fraca acessibilidade das jazidas
- Minas em áreas de difícil acesso <custos maiores no transporte <aumento do preço do produto <perda de competitividade.
2. Dimensão das empresas
- A maior parte das empresas são muito pequenas e de cariz familiar, tendo menos capacidade financeira para investir na modernização e na qualificação de mão-de-obra, o que leva a custos muito elevados na produção e no produto
3. Agravamento dos custos de exploração
- A exploração por vezes não é fácil nem viável.
4. Qualidade do minério
- A baixa qualidade de alguns minérios, associada à difícil extracção, devido à profundidade das jazidas, aumenta os custos de exploração e tem conduzido ao encerramento de muitas explorações
5. Indústria transformadora a jusante da extracção
- A deficiente articulação entre a indústria extractiva e a transformadora conduz à exportação de produtos em bruto, o seu valor comercial torna-se baixo e não se torna rentável a sua comercialização.
6. Novos produtos
- O modernismo tem possibilitado a descoberta de novas alternativas mais baratas e mais eficazes.
7. Dependência externa
- Portugal está muito dependente do exterior.
- A balança comercial torna-se desfavorável
- Torna-se vulnerável aos mercados abastecedores
- Deficiente articulação entre as industrias extractiva e transformadora que leva a maior numero de produtos em bruto e baixos preços.
8. Impacte ambiental
- Contaminação das águas superficiais ou subterrâneas e dos solos, pois na extracção são utilizados bastante produtos químicos;
- Destruição de solos agrícolas e florestais
- Degradação das paisagens e por vezes alterações na morfologia do relevo;
- Poluição sonora;
- Poluição atmosférica;
- Falta de segurança e poços sem vedação se sem sinalização.

E- Novas perspectivas de exploração e utilização dos recursos do subsolo
- Aumento da inventariação e da avaliação dos recursos minerais;
- Emprego de novas tecnologias;
- Exploração de alguns recursos que antes não tinham aplicações
- Reestruturação das empresas, a fim de atingirem capacidade económica para modernizarem-se;
- Aproveitamento das águas minerais e de mesa:
·         Aumento da exportação;
·         Incremento do turismo termal com o desenvolvimento das áreas onde se insere e expansão de outras actividades;
- Recuperação de áreas minerais abandonadas;
- Utilização cada vez maior das energias renováveis

Tema: A radiação Solar
1. A acção da atmosfera sobre a radiação solar
- A radiação solar é a radiação electromagnética de origem solar, sendo constituída por um espectro de radiações de vários comprimentos de onda;
- A radiação solar é responsável por vários processos naturais existentes na Terra;
- O constante solar é a quantidade de energia que recebe por segundo cada m2de superfície de camada superior da atmosfera.
- Absorção:
·         Ozono: absorve os raios ultravioletas;
·         Vapor de água, dióxido de carbono e algumas partículas sólidas e liquidas absorvem os infra-vermelhos;
- Reflexão:
·         Albedo: é a razão entre a quantidade de radiação reflectida pela superfície e a quantidade da radiação que nela incide. O albedo é muito elevado na neve e nas nuvens e mais baixo em florestas densas e algumas superfícies artificiais (alcatrão).
- Difusão
·         Provocada pelos gases atmosféricos e pelas partículas em suspensão.
·         Da radiação dispersa, uma perde-se no espaço e outra chega indirectamente à superfície terrestre, designando-se por radiação difusa
·          A radiação solar global á a radiação total que chega à superfície da Terra; divide-se: radiação difusa (energia é difundida pela atmosfera terrestre, pelas nuvens, … que chega indirectamente à superfície terrestre) e a radiação solar directa (energia recebida directamente do Sol);
- Devido à forma esférica da Terra, a energia solar que chega ao topo da atmosfera não se distribui uniformemente por toda a superfície terrestre. Existe um balanço energético da atmosfera entre as entradas da energia solar – insolação – e as saídas – radiação terrestre.
- Quanto maior for a inclinação dos raios solares, maior vai ser a área que recebe radiação e maior vai ser a perda o que fará um decréscimo na temperatura.
- O dia natural corresponde ao dia iluminado pelo Sol, o que é variável e que condiciona a radiação solar. Quanto maior o período de tempo que o Sol está acima do horizonte, maior é a duração do dia.
- Insolação corresponde ao período de tempo em que o sol se encontra descoberto e exprime-se no número de horas por dia ou por ano.
- O relevo é um factor de interferência na radiação recebida pois quanto maior a altitude, maior é a quantidade de radiação solar recebida, pois a massa atmosférica atravessada é menor. As vertentes soalheiras, viradas a sul, recebem mais radiação porque a inclinação dos raios é menor; as vertentes umbrias, recebem menos ou quase nada devido a esse.
- Variação diurna: quando o sol atinge a altura máxima, a inclinação dos raios é menor e por isso a temperatura é maior.
- Variação Anual: No solstício de Verão, os raios solares incidem no hemisfério norte com menor obliquidade, o que se traduz numa maior quantidade de energia recebida e os dias são maiores; no solstício de Inverno, a inclinação dos raios é maior e o dia é menor.
 2. Variabilidade da radiação solar em Portugal Continental e Insular
- Ao longo do Ano, em Portugal Continental, os valores médios de radiação solar global aumentam em geral de Norte para Sul e, sobretudo, na Região Centro, de Oeste para leste.
- A latitude, os estados de tempo mais frequentes de Verão e Inverno, a frequência de nevoeiros e a nebulosidade são factores de variação de radiação solar.
3. A distribuição da temperatura em Portugal Continental e Insular
- A distribuição da temperatura no território português é irregular e influenciada pela variação espácio-temporal da quantidade de radiação global.
- A temperatura varia em função de um conjunto de factores:
·         Latitude (a inclinação dos raios é maior do equador para os pólos);
·         Relevo (encosta sombria ou umbria e a menor espessura da atmosfera)
·         Proximidade e afastamento do mar (oceano: acção moderadora)
·         Ventos dominantes
·         Nebulosidade (absorve e reflecte)
·         Correntes marítimas
·         Duração do dia
·         Quantidade de poeiras na atmosfera
·         Impacte da actividade humana
- A distribuição espacial das temperaturas médias mensais de Janeiro e Julho apresenta contrastes espaciais entre o Norte e o Sul, o Litoral e o Interior.
- As amplitudes térmicas anuais mais baixas registam-se no Litoral ocidental, enquanto as mais elevadas se registam no Interior.
4. A valorização da radiação solar
-Portugal é um dos países da Europa com maior incidência da radiação solar.
- A exploração da energia solar como energia alternativa às energias fósseis contribui para a diminuição da dependência externa do país em energia primária e para a redução das emissões associadas ao uso dos combustíveis fósseis.
- Apesar da grande disponibilidade de radiação solar em Portugal e da grande oferta deste recurso energético, a procura por parte da população é ainda muito reduzida.
- Os sistemas fotovoltaicos produzem energia eléctrica com elevada fiabilidade apresentando vantagens ambientais porque não produzem ruído nem emitem gases de efeitos de estufa.
- O mercado de colectores solares térmicos em Portugal tem uma dimensão muito inferior à de outros países europeus.
- A energia solar apresenta inúmeras vantagens em termos energéticos e ambientais:
·         Fonte renovável
·         Os sistemas não emitem ruído nem poluições atmosféricas
·         É um recurso abundante e quase inesgotável comparativamente a outros combustíveis fósseis;
·         A energia fotovoltaica é muito variada (desde calculadoras a centrais eléctricas);
·         É económica após recuperado o investimento.
- Desvantagens da energia solar:
·         Pode colocar problemas estéticos;
·         Fraco conhecimento, o elevado investimento inicial o receio não permite a sua difusão;
·         O mercado está pouco desenvolvido e por isso exige custos mais elevados;
·         A área necessária para a instalação pode ser relativamente grande
- O território português apresenta um conjunto de condições naturais atractivas ao turismo, sobretudo climáticas


Tema: Os Recursos Hídricos
A
1. A especificidade do clima português
- A água é um recurso renovável em circulação constante e estabelece a ligação entre a terra, os oceanos e a atmosfera.
- O ciclo hidrológico tem a uma escala local uma entrada – precipitação - e duas saídas – a evapotranspiração e o escoamento superficial e retenção no solo. Os processos são:
·         Evaporação e evapotranspiração;
·         Condensação
·         Precipitação
·         Escorrência/ infiltração ou retenção
- O conhecimento dos principais elementos e factores climáticos, permite caracterizar o clima de qualquer território, neste caso, o nacional.
2.Circulação Atmosférica
- A pressão atmosférica exprime-se em hectopascal (hPa) ou milibares (mBar).
- O seu valor é normal quando é 1013mBar (hPa);
- As pressões atmosféricas variam com:
·         Altitude pois diminui à medida que a altitude aumenta;
·         Temperatura pois com o aumento da temperatura, o ar aquece, dilata-se, tornando-se mais leve, menos denso e passando a exercer menos pressão sobre a superfície da Terra e vice-versa.
·         Humidade absoluta pois quanto maior for o valor da humidade absoluta do ar, menor a pressão.
- As isóbaras são linhas que unem pontos de igual pressão atmosférica.
- Altas pressões: anticiclones; Baixas Pressões: Depressões ou ciclones.
- o ar desloca-se dos centros de alta pressão para os de baixa pressão;
- O ar é convergente nas depressões e divergente nos anticiclones.
- Devido ao movimento de rotação da Terra, no hemisfério norte o ar ao movimentar-se sofre um desvio para a direita e no hemisfério sul para a esquerda (efeito de Coriólis).
- As baixas pressões estão nas latitudes equatoriais e médias enquanto que as altas estão nos trópicos e nos pólos
- As massas de ar que afectam Portugal são:
·         Massas de ar tropical: Marítima (quente, húmido e estável excepto no Inverno quando encontra uma frente polar – anticiclone dos Açores); Continental (quente e muito seco, no Inverno é estável mas no Verão pode tornar-se instável devido ao aquecimento das camadas mais baixas da troposfera em contacto com a superfície terrestre – Vento Suão, proveniente do deserto do Sara);
·         Massas de ar polar (deslocam-se para sul no Inverno e para Norte no Verão): continental (formação de anticiclones térmicos sobre a superfície terrestre muito arrefecida, durante o Inverno, no interior do continente e é muito frio e seco); marítimo (é menos frio e mais húmido, e atinge Portugal no Inverno, principalmente).
- Duas massas diferentes não se misturam mas formam uma linha descontínua que se designa por superfície frontal;
- O ar frio é mais denso e mais pesado e por isso fica por baixo enquanto que o ar quente que é menos denso eleva-se.
- A intercepção da superfície frontal com a superfície da terra designa-se por frente. Ao sistema de mais do que uma frente chama-se sistema frontal;
- A perturbação frontal é o conjunto formado pelas frentes fria e quente quando entram em contacto;
- A passagem de uma perturbação da frente polar origina tempo muito instável;
- As fases de uma perturbação frontal são:
- à passagem da frente quente, o ar quente vai subindo lentamente ao longo da superfície frontal quente e vai arrefecendo, formando-se nuvens de desenvolvimento horizontal que dão origem a chuvas contínuas e de longa duração. A temperatura é geralmente, relativamente baixa e ocorre vento fraco, podendo prever-se uma melhoria temporária do estado de tempo.
-com a passagem da frente quente, a temperatura aumenta, a nebulosidade diminui, podendo até registar-se abertas, a pressão atmosférica é baixa e o vento moderado.
-Com a aproximação da frente fria, o estado de tempo altera-se: o ar frio obriga o ar quente a subir muito rápido, formando-se nuvens de desenvolvimento vertical, que originam aguaceiros fortes, vento intenso ou até trovoada. O estado de tempo é de curta duração.
- Tipos de precipitação mais frequentes:
·         Precipitações orográficas ou de relevo – resulta de uma subida forçada do ar quando este no seu trajecto tem de ultrapassar uma elevação; o ar ao subir arrefece e dá origem à precipitação;
·         Precipitações convectivas ou de convecção – resultam de um sobreaquecimento da superfície terrestre que, aquecendo o ar em contacto com ela, o torna menos denso e origina a sua ascensão. Ao subir o ar arrefece e dá origem à precipitação. Verifica-se em zonas tropicais ou no continente no Verão a altas temperaturas;
·         Precipitações frontais ou ciclónicas – resultam do encontro de uma frente fria e uma frente quente, onde a massa de ar quente sobe após a pressão do ar frio e aproxima-se do ponto de saturação dando origem a nuvens e precipitação. Se for pela passagem de uma frente quente, é chuvisco, senão é aguaceiros; típico das regiões temperadas no Inverno devido Às perturbações da frente polar.
3. Estados de tempo mais frequentes em Portugal
- Os totais anuais e estacionais da precipitação em Portugal Continental diminuem de Noroeste para Sudeste do país.
- Em Portugal, os regimes pluviométricos variam de região para região, ocorrendo um gradiente pluviométrico Oeste-Este mais significativo no Norte e no Centro do território nacional e um outro no sentido Norte-Sul.
4. Situações meteorológicas mais frequentes no Inverno
- Temperaturas mais baixas devido às massas de ar frio, à menor duração do dia e à maior inclinação dos raios solares.
- Centro de baixas pressões subpolares, invadindo no sentido oeste-este.
- Contudo, devido ao arrefecimento do ar em contacto com a superfície terrestre pode originar a formação de anticiclones no interior dos continentes, associando-se ao anticiclone dos Açores. Assim, a temperatura é muito baixa, sem precipitação nem nebulosidade.
5. Situações Meteorológicas mais frequentes no Verão
- Afectado por massas de ar quente tropical e pelos anticiclones subtropicais.
- Dias de cus Limpo, sem precipitação, vento fraco e temperaturas altas.
- Contudo, devido ao intenso aquecimento verificado no interior do continente europeu podem formar-se depressões barométricas, responsáveis pela nebulosidade e pela precipitação;
- Quando o centro de baixas pressões está sobre a península e o anticiclone dos Açores se localiza um pouco a norte deste arquipélago, faz-se sentir a “nortada”.
- Vento do levante ou vento do Suaão, muito quente e seco.
- Isoietas – linhas que unem pontos com mesmos níveis de precipitação.
6. Diversidade Climática em Portugal
- Norte Litoral – clima temperado mediterrânico com feição oceânica:
·         Precipitação abundante, especialmente nos meses de Outono e Inverno;
·         Existência de uma curta estação seca que não ultrapassa geralmente dois meses.
·         Verões frescos e Invernos suaves.
·         Pequena Variação da amplitude térmica anual
- Norte Interior – clima temperado mediterrânico de feição continental:
·         Precipitação escassa, ocorrendo no Inverno, frequentemente sob a forma de neve.
·         Existência de uma estação seca que pode chegar aos quatro meses.
·         Verões muito quentes e Invernos muito rigorosos.
·         Elevada variação da amplitude térmica anual.
- Sul – clima temperado mediterrânico:
·         Precipitação escassa.
·         Existência de uma longa estação seca que pode chegar aos seis meses.
·         Verões quentes e Invernos suaves

B – Disponibilidades Hídricas
- Uma parte da água precipitada é devolvida para a atmosfera pelo processo de evapotranspiração e a restante dá lugar ao escoamento superficial.
- Regime Hidrológico – Variação do Caudal de um rio ao longo do ano.
- O escoamento superficial, a infiltração e a evapotranspiração dependem de vários factores:
·         Total de precipitação
·         Temperatura
·         Características físicas dos solos
·         Relevo
·         Vegetação
·         Acção humana
1. Águas superficiais
- Englobam lagoas, rios, lagos naturais ou artificiais ou albufeiras.
- Redes hidrográficas (conjunto formado por um rio e seus afluentes):
·         Mais densa no norte devido ao relevo mais acidentado e ao maior encaixe dos rios em vales profundos e de declives acentuados;
·         Rios que nascem em Espanha e desaguam em Portugal : Guadiana, Douro, Tejo e do Minho;
·         Rios que nascem e desaguam em Portugal: Sado, Mondego e Vouga.
- Bacia Hidrográfica (constituída pela área drenada por um curso de água e seus afluentes):
·         As mais importantes são as do Guadiana, Tejo, Minho e Douro.
·         Leito de estiagem - corresponde ao leito por onde corre um curso de água  durante os períodos de estiagem (de seca). Nalgumas regiões, o rio chega mesmo a secar.
·          Leito de inundação ou de cheia - nos períodos de chuvas intensas, por vezes, as águas sobem e transbordam as margens do leito normal.
·          Drenagem – remoção de água, superficial ou subterrânea, de uma determinada área por bombeamento ou gravidade

- Factores físicos responsáveis pela variação do caudal:
·         Precipitação
·         Revestimento vegetal
·         Relevo
·         Hidrografia
·         Constituição geológica e pedológica da bacia
(toalhas freáticas – lençol de água subterrâneo)
- Factores humanos responsáveis pela variação:
·         Desflorestação
·         Impermeabilidade dos solos
·         Construção de pontes
·         Construção de barragens
·         Transvases
·         Cobertura e/ou encadeamento de cursos de água
·         Extracção de inertes
·         Assoreamento do leito dos rios
·         Captação de água para consumo.
- Albufeiras ( lago artificial resultante da construção de uma barragem)
- Barragens têm como fim:
·         A irrigação agrícola
·         Captação da água para uso doméstico ou industrial
·         A produção de energia eléctrica
·         O incremento de actividades ligadas ao turismo e ao lazer
- As barragens localizam-se principalmente no Norte pois:
·         Os rios são mais caudalosos e regulares graças à precipitação anual mais elevada e estações secas mais curtas e menos quentes e pelo carácter acidentado.
- Impactos negativos:
·         São inundadas superfícies enormes, que destroem habitats, terrenos agrícolas, aldeias
·         Pode afectar as actividades económicas, nomeadamente as que se ligam à agricultura e ao turismo.
- Lagoas e Lagos naturais:
·         São alimentadas pelas águas das chuvas e das nascentes;
·         Origem marinho-fluvial (junto à costa), glaciária (localizam-se nas regiões montanhosas) e vulcânica (localizam-se nos Açores).
- Águas subterrâneas:
·         Resultam da infiltração das águas da precipitação em rochas porosas e fracturadas, formando toalhas freáticas ou aquíferos;
·         Nas Bacias do Tejo e do Sado e nas orlas ocidental e meridional predominam rochas sedimentares que se caracterizam por uma elevada permeabilidade.
·         No Maciço Antigo, predominam granitos e xistos, pouco permeáveis e por isso as disponibilidades hídricas são pouco significativas.
·         Nas regiões de rochas calcárias, as reservas são muito importantes formando áquiferos – águas cársicas. Apesar de serem impermeáveis, apresentam uma densa rede de fracturas ou diáclases, com origem na dissolução do calcário por acção da água.
·         As diáclases facilitam a infiltração que explica a fraca escorrência superficial e até a aridez e a pobreza da cobertura vegetal das regiões cársicas.
·         Exsurgência – são águas que circulam no interior das formações e que chegam à superfície por um curso formado no interior.
·         Ressurgência – águas que circulam no interior das formações e que chegam à superfície por um trajecto que já fora a superfície.
- Vantagens dos Aquíferos:
·         Menos irregular devido a não sofrer tanto pela evaporação
·         Qualidade é maior pois ao infiltrar-se é filtrado.
- Desvantagens:
·         A sobreexploração pode conduzir à diminuição da água dos solos, à salinização dos aquíferos ou à poluição química
·         A intensidade da captação deve ser inferior à produtividade.
- Águas de Nascente:
·         Devido ao baixo teor de sais minerais a sua circulação superficial e o seu tempo de residência no solo é pequeno.
- Águas Minerais Naturais:
·         Conferem propriedades medicinais;
·         Relacionadas com a circulação profunda e/ou fenómenos vulcânicos;
- Águas termais
·         Quando a água brota a uma temperatura superior à do ambiente da região, conservando essa temperatura ao longo do ano;
·         Origem: passagem por zonas vulcânicas ou quando têm origem numa camada mais profunda da Terra.
- Águas medicinais
·         Fins terapêuticos
- Uma água termal pode ser também mineral e uma água mineral pode ser medicinal.

C – Gestão dos Recursos Hídricos
- A gestão passa:
·         Pela avaliação das disponibilidades;
·         Pela contenção das necessidades;
·         Pela promoção das reservas, a fim de fazer face a situações de seca.
- A lei da água, em 2005, redireccionou e valorizou de forma a melhorar a sua coerência global, estabelecendo as bases para a gestão sustentável dos recursos hídricos.
1. Principais problemas que se colocam à utilização e gestão da água
- A irregular distribuição da Água;
- A poluição (práticas agressivas e a utilização desenfreada de produtos químicos; efluentes domésticos e industriais)
- A eutrofização:
·         Resulta da concentração excessiva de nitratos nas águas e que provém do excesso de adubos químicos azotados utilizados na agricultura;
·         Conduzem ao crescimento de algas e outras plantas aquáticas que aumento os níveis de oxigénio nos meios aquáticos;
·         Isto leva à estagnação das águas e ao aumento da temperatura que levam à morte de peixes e outros animais aquáticos.
- Desflorestação:
·         Aumenta a erosão dos solos
·         Diminui a infiltração
·         Impede a recarga dos aquíferos
- Salinização
·         Intrusão da água marinha nos aquíferos sobreexplorados e localizados junto ao mar.
- Aumento do consumo da água
- Sistemas de tratamento de águas dos efluentes domésticos e industriais (As ETAR’s têm resolvido este problema)
2. Soluções
- Implementar princípios de utilizador-pagador;
- Aumentar a fiscalização;
- Incentivar toda a população a utilizar produtos e tecnologias mais amigas do ambiente.
- Eficiência da utilização da água : consumo útil / procura efectiva * 100
- Na agricultura:
·         Utilização de técnicas de rega menos consumidoras
·         Cultura de espécies mais adaptadas às condições climáticas
·         Reutilização de água previamente sujeita a tratamento
- Na Indústria:
·         Técnicas e tecnologias mais modernas, menos consumidoras de água;
·         Tratamento de +aguas residuais e a sua reutilização;
- Fins domésticos:
·         Uso racional através de medidas já divulgadas.
3. O planeamento e a gestão dos recursos hídricos
- DQA (Directiva-Quadro da Água) :
·         Inventariação, preservação e potencialização da Água.
- PNA (Plano Nacional da Água) – gestão integrada da Água
- PBH (Plano de Bacia Hidrográfica) – definem orientações de valorização, protecção e gestão equilibrada da água, de âmbito territorial, para uma ou mais bacias hidrográficas.
- POA (Plano de Ordenamento das Albufeiras) – são considerados Planos Especiais de Ordenamento do Território (PEOT), são os únicos planos que estabelecem regras de protecção na área envolvente das albufeiras.
- Entre a Espanha e Portugal foi assinada a Convenção sobre a Cooperação para a protecção e o Aproveitamento sustentável das Águas das Bacias Hidrográficas Luso-Espanholas. Para os rios Lima, Minho, Douro, Tejo e Guadiana



Tema: Recursos Marítimos
1. As potencialidades do Litoral
1.1. A costa Portuguesa
·         Traçado bastante rectilíneo, com poucas reentrâncias naturais
·         Extensos areais que alternam com enormes arribas e com costa baixa mas rochosa
·         A acção erosiva do mar compreende três aspectos:
o   Desgaste, a energia cinética das ondas que conduz a abrasão marinha, desgaste das formações rochosas do litoral provocado pela projecção de sedimentos marinhos e pelo embate das águas, que por sua vez vai levar a que a base das arribas vão sendo desgastadas acabando o topo por cair. Os materiais que resultam do desmoronamento ou são transportados para outros lugares devido às correntes marítimas ou então acumulam-se na base, dando origem a plataformas abrasão. Estas tornam-se cada vez mais extensas e formam plataformas de acumulação. Quando a arriba deixa de ser atacada pelo mar torna-se uma arriba fóssil.
·         Outras formas de relevo litoral: cabos (formações geológicas de grande dureza e de difícil desgaste); Baias (resultam de uma intensa acção de desgaste; rochas de baixa dureza)
1.2. Acidentes da Costa Portuguesa
·         “Haff-Delta” de Aveiro, Ria de Aveiro:
o   Laguna interior onde um cordão de areia (haff), formado pela deposição de sedimentos fluviais e marinhos dificultam o contacto com o mar;
o   O contacto com o mar faz-se por um canal artificial;
o   Sedimentos do Vouga que deram origem a pequenas ilhas, separadas por canais pouco profundos.
·         Tômbolo de Peniche:
o   Acumulação de sedimentos marinhos, devido à perda de energia das correntes marítimas, no transporte de sedimentos
o   Da deposição resultou um istmo que ligou uma antiga ilha ao continente.
·         Lido de Faro (ria Formosa):
o   Sistema lagunar de grande extensão, limitado por um cordão de areia.
o   Da deposição resultou a construção de uma série de ilhas barreiras e que separam o mar aberto das lagoas.
·         Estuário do Tejo e do Sado:
o   Zonas pantanosas e por conterem água doce ou salobra na proximidade do Litoral
1.3. A plataforma Continental
·         Factores que condicionam a distribuição dos recursos biológicos:
o   Temperatura
o   Salinidade
o   Oxigenação
o   Profundidade das águas
·         A plataforma Continental é uma extensão submersa da placa continental
·         Limitado pelo talude e pela zona abissal
·         É estreita quando o relevo é de natureza montanhosa
·         É extensa quando se trata de planícies
·         Por vezes o talude é rasgado por depressões estreitas e profundas – canhões submarinos;
·         Portugal possui uma área pouco extensa na plataforma continental e por isso tem uma condição desfavorável para a pesca.
·         A sua riqueza biológica deve-se a :
o   Grande agitação das águas que leva a uma maior oxigenação destas;
o   Maior penetração da luz solar, favorável à realização da fotossíntese e ao desenvolvimento do fitoplâncton;
o   Menor salinidade das águas devido à afluência de cursos de água doce;
o   Maior riqueza em nutrientes, devido ao plânton e aos resíduos transportados pelos rios que aí desaguam
·         Nas águas frias, abundam uma grande riqueza piscatória;
·         Nas zonas onde se cruzam águas frias e quentes a riqueza em peixe é maior;
·         A corrente marítima que afecta Portugal é a corrente de Portugal:
o   Braço de corrente quente do golfo, que se desloca de norte para sul
o   Corrente de águas frias
o   Quando os ventos nortada, afastam as águas costeiras para o largo, podem originar correntes, upwelling – corrente marítima ascendente que traz à superfície águas profundas mais frias, que resultam do contacto das correntes frias com as quentes.
1.4. ZEE (Zona Económica Exclusiva):
·         As ZEE são mares territoriais;
·         A Intensificação da actividade piscatória, a modernização das frotas pesqueiras e todos os interesses em torno do sector pesqueiro levaram muitos países a tentar definir os limites de soberania exercida nas respectivas áreas ribeirinhas.
·         Nestes os países ribeirinhos detém os poderes de exploração, conservando a administração dos recursos.
·         A ZEE portuguesa é a maior da Europa e uma das maiores do mundo.
2. A actividade Piscatória
- Relevância deste sector explica-se:
·         Pelo emprego que gera
·         Pelo forte rendimento das comunidades ribeirinhas;
·         Pelas numerosas actividades que dinamiza (construção naval, fabrico de artefactos para a pesca, comercialização, …)
·         Pela importância na alimentação portuguesa.
-O pescado tem vindo a perder importância económica devido às debilidades que o marcam (diminuição progressiva da produção de pescado, insuficiente para dar resposta à procura do mercado).
- Principais espécies portuguesas: carapau, sardinha, cavala, peixe-espada e o polvo.
- Tendo em conta as áreas em que é praticada, a pesca pode ser:
·         Pesca Local:
o   Pratica-se em rios, estuários, lagunas ou na costa
o   As embarcações são pequenas;
o   Arte artesanal
o   Carácter sazonal.
·         Pesca costeira:
o   Embarcações maiores;
o   Podem trabalhar em águas de ZEE internacionais.
·         Pesca de Largo:
o   Pesqueiros externos de águas internacionais ou em ZEE de outros países.
o   Barcos de grande porte (100TAB)
o   Condições de habitabilidade à tripulação durante meses.
- Tendo em conta as técnicas utilizadas, a pesca pode ser:
·         Pesca artesanal:
o    Técnicas e meios tradicionais;
o   Períodos curtos de permanência.
·         Pesca Industrial:
o   Técnicas modernas;
o   Autênticas fábricas flutuantes;
o   Pesca Longínqua, podendo a deslocação ser superior a várias semanas ou meses.
2.1. Aquicultura
- Consiste na criação de peixe em cativeiro, em água doce ou salgada.
- É importante porque:
·         Permite abastecer regularmente o mercado;
·         Diminui a pressão sobre algumas espécies mais ameaçadas;
·         Revitaliza stocks em extinção
·         Gera numerosos postos de trabalho.
2.2. As principais áreas de pesca
- A pesca nacional está decadente e dependente pois o esforço da pesca está condicionado:
·         Pela imposição de licenças e quotas,
·         Pela degradação dos stocks de muitos pesqueiros
·         Pela adesão de Portugal à UE, pois O estado português foi substituído por esta na celebração de acordos.
- Áreas de pesca internacionais:
·         Atlântico Noroeste (NAFO):
o   Pesca do Bacalhau
o   Águas frias da costa de nordeste da América, que são extremamente ricas em peixes.
o   Imposições na captura pelo Canadá.
·         Atlântico nordeste:
o   Riqueza piscatória
o   Captura do Bacalhau
o   Imposição nas capturas.
·         Atlântico centro-leste:
o   Tem vindo a aumentar as suas capturas
o   Sardinha, peixe-espada, pargo, crustáceos e marisco
·         Atlântico Sul:
o   Área de pesca longínqua;
o   Pescada
2.3. As infra-estruturas portuárias e a frota
- Apoios da UE:
·         Modernas instalações de frio
·         Lotas equipadas com sistemas informáticos
·         Modernas instalações e equipamentos de descarga
- O número de embarcações da frota portuguesa tem vindo a decrescer, que leva à diminuição de capturas que se deve a vários factores:
·         Cumprimento de normas que levam ao redimensionamento da frota, adequando-a às disponibilidades das pescas actuais;
·         Criação da ZEE, onde passou a ser mais condicionada
·         Dificuldade ou impossibilidade de exercer a actividade piscatória em áreas onde tradicionalmente era exercida, pela força da adesão à UE e da Politica Comum das Pescas quer impõem novos condicionalismos no que diz respeito a acordos de pescas com outros países.
- Necessidade de melhorar o acesso aos portos e de modernizar o sector das pescas (lotas, postos de venda, rede de frio que assegure a conservação dos produtos, desde os entrepostos dos portos até aos consumidores.
2.4. Qualificação da mão-de-obra
- O número de pescadores qualificados tem vindo a diminuir.
- Estrutura da População activa envelhecida
- Com apoio da UE, foram criados centros de formação em alguns portos. Contudo, estes cursos não têm cativado.
2.5. Política Comum das Pescas
- A PCP foi criada em 1983;
- Face à sobreexploração de algumas espécies, foi remodelada a PCP com objectivo de garantir que a exploração dos recursos aquáticos crie condições sustentáveis do ponto de vista social, económico e ambiental.
-Medidas
·         Limitar a capacidade de pesca a fim de adequar aos recursos disponíveis. Os totais Autorizados de capturas (TAC), a quotas de repartição pelos Estados-Membros e o número de dias de faina autorizados deverão ser negociados anualmente;
·         Redução de custos de exploração e melhoria das condições de segurança e trabalho a bordo de maneira a modernizar o sector;
·         Conferir competitividade à aquicultura, aumentando a produção e a diversificação de espécies cultivadas, assegurando a qualidade e salubridade dos produtos;
·         Implementar medidas de Informação ao Consumidor, melhorando as condições dos estabelecimentos e medidas higieno-sanitárias e um novo sistema de licenciamento industrial.
·         Negociar acordos de pesca em pesqueiros externos, de forma a promulgar uma pratica equilibrada tendo como pressuposto a sustentabilidade.
3. A gestão do espaço Marítimo
-Principais problemas originados pela utilização do mar:
·         Sobreexploração dos recursos piscícolas:
o   Associado ao desenvolvimento das frotas pesqueiras e das técnicas de pesca, cada vez mais sofisticadas e agressivas, levam a um excesso.
o    Resulta na diminuição drástica de alguns stocks e até põe em causa a vida de algumas espécies.
o   Esta situação exige medidas de protecção e recuperação das espécies mais ameaçadas, que orientem um modelo de sustentabilidade.
·         Poluição marinha:
o   Contribui para a degradação de stocks piscícolas e para a destruição de áreas costeiras, enquanto áreas de lazer.
o   Podem-se descargas de efluentes domésticos e industriais; as águas dos rios já poluídas que aí desaguam; produtos agrícolas; lavagens ilegais de petroleiros no mar; derrame de hidrocarbonetos resultante de acidentes com petroleiros;
·         Pressão urbanística sobre o litoral:
o   A costa é um recurso precioso e gerador de riqueza.
o   No entanto, é vulnerável que importa proteger e valorizar;
o   Uma parte significativa está ocupada por construções, vias de comunicação, unidades industriais, portuárias e hoteleiras
o   A intensificação do processo erosivo:
§  Elevação do nível médio do mar (alterações climáticas);
§  Diminuição da quantidade de sedimentos fornecidos ao litoral (Elevação do nível médio do mar e das actividades humanas desenvolvidas no interior e outras acções humanas – exploração de inertes, …);
§  Degradação antropogénica das estruturas nacionais (pisoteio das dunas; aumento da escorrência devido às regras, à construção de edifícios no topo das arribas e à exploração das areias);
§  Obras pesadas de engenharia costeira (obras portuárias, obras de estabilização de embocaduras);
o   As obras de defesa como paredões e esporões não resolvem eficazmente os problemas
4. A rentabilização do litoral e dos recursos marítimos
- Para potencializar o uso do mar é necessário conhecer, gerir, controlar e preservar.
- A partir das avaliações científicas dos recursos, a UE toma diversas medidas:
·         Vigilância das águas nacionais – gestão da ZEE: pesca, poluição, segurança marítima, exploração do subsolo; mas tem sido uma tarefa muito difícil devido à extensão;
·         Racionalização do esforço de pesca - orientação da PCP, a fim de recuperar e proteger os stocks através da definição de quotas de capturas, da imposição de tamanhos mínimos para o pescado capturado.
·         Aquacultura – aumento da produção e da diversificação das espécies e assegurar a qualidade e salubridade dos produtos.
·         POOC (Planos de Ordenamento da Orla Costeira) – preocupam-se com a protecção e a integridade biofísica do espaço, com a valorização dos recursos existentes e coma conservação dos valores ambientais e paisagísticos
·         Turismo – o desenvolvimento do turismo deve obedecer a um planeamento e ordenamento elaborado segundo um modelo de sustentabilidade. È importante pelo emprego e riqueza que gera;
·         Energias Renováveis – associadas aos oceanos:
o   Energias das ondas;
o   Energia das correntes marítimas;
o   Energia das marés.